Encarando gigantes - Espírito de inferioridade - Solidão

05-05-2020

Este artigo é uma descrição de como eu era e tudo o que contribuiu para a solidão e espírito de inferioridade que foi se destacando na minha adolescência e percorrendo para os meus primeiros anos de casada e mesmo depois de ser mãe. É importante analisar todo o processo e perceber onde a dor começou, o que nos afectou , para poder rectificar e entregar a Jesus para curar. Pois irá chegar uma altura da nossa vida assim como muitos heróis na Bíblia , teremos que encarar os nossos gigantes mas sabendo que Deus irá na frente e sempre será connosco. Vê continuação de testemunho dos outros artigos de "Meu testemunho".


'Digo e repito: Seja forte e corajoso! Nada de desânimo e não fique com medo! Lembre-se bem: O Senhor , o seu Deus, estará com você, esteja onde estiver!”. '  Josué 1:9
'Digo e repito: Seja forte e corajoso! Nada de desânimo e não fique com medo! Lembre-se bem: O Senhor , o seu Deus, estará com você, esteja onde estiver!”. ' Josué 1:9

Tem coisas que me lembro da minha infância que podiam chamar de estupidez e alguns casos hoje ainda o fazemos mas eu acredito que eu desde pequena que era a sonhadora, believer.

A minha família dizia coisas do género:
" não apontes para as estrelas que ficas com cravos na mão", e eu fazia e ficava a olhar a espera que aparecesse algo.
 "Não brinques com o fogo que fazes chichi na cama", eu brincava na mesma e não fazia chichi na cama.

 Amigas diziam: 
se desejares com muita vontade isto e aquilo acontece e eu fazia e sonhava que acontecia, acordando de manhã com nada na mão.
 Mas tudo isso e outras coisas não me pararam de fazer sonhar e acreditar ,até certo ponto...
Outro ponto era, eu aceitava o que os outros diziam : o que quer que fosse ,e ficava sempre pensando ,"eu errei eles têm razão eu não consigo". 

Quando todos já andavam de bicicleta e meu padrinho desistiu de me ensinar eu aceitei e nunca mais voltei a tentar pois também não tinha alguém que me ensinasse ou com tempo para tal. Eu aceitei que não conseguia. 


Na temporada de escola eu nunca me metia em conflitos mas a minha maneira de ser sempre acabava por não agradar a alguém e eu levava isso como : eu fiz errado , culpa, sentimento de inferioridade e rejeição ,a incapacidade começou a fazer parte do meu ser.
Trauma de solidão ficou quando uma vez eu quando pequena, acordei e não tinha ninguém em casa era de noite minha mãe tinha saído com alguém por um pouco e eu chorei loucamente, parecia que a minha alma ia sair de mim. Esse trauma seguiu-me sempre e quando casei foi algo que travou libertação e criou muitos problemas sem necessidade. 

Eu me tinha agarrado ao Wallace como uma segurança, entregando-me de cabeça, com expectações...
Eu tinha a mente em que tinha casado para não ficar sozinha e cada vez que havia algo para nos separar temporariamente ou por umas horas era um drama para mim. Eu chorava e orava "Deus traz Wallace de volta ", ligava 500 vezes para ele, enfim sinto pena de meu marido só de me lembrar e Deus que paciência Ele sempre teve para mim.

Hoje nada disso me afecta porque eu fiquei a conhecer Deus, á 2 anos que decidi mudar e buscar a Ele na igreja , ler a bíblia ,procurar livros e vídeos, testemunhos e devocionais que me guiaram para toda esta mudança, eu percebi e senti que Ele me ama como sou, que Ele me fez para um propósito e sinto me grata por toda a experiência que me fez crescer e chegar perto Dele. Eu sinto paz, sinto humildade, amor, compreensão, gozo, alegria, aprecio tudo pois entendo que tudo faz parte para o nosso crescimento e caminho até Ele. 

E esta parte sonhadora e crente que sempre tive foi a semente que Ele usou para me manter perto Dele. Buscar o seu louvor, as promessas, o amor, o conforto, a Sua palavra.

Clica no link abaixo que te irá levar para a minha conta do instagram de um post que fiz acerca da mudança que Jesus fez em mim. 


Eu não cresci com um pai presente fisicamente, meu padrinho me criou , lembro me de muitas coisas mas quando mais precisei de guia não tive ninguém nessa área.

Conheci meu pai aos 12 anos, e chorei baba e ranho quando ele foi embora. Mas Deus tinha outros planos.
Tive padrasto aos 12 anos e a relação foi de respeito , apesar de o admirar imenso e ser grata por todo o carinho e investimento só ao fim de alguns anos a afeição se tornou mais aberta: ele, o António, foi o único com tempo e paciência para me ensinar a andar de bicicleta e eu já tinha 17 anos estávamos de férias em Inglaterra com a minha família e foi algo que eu também decidi que ia aprender. Ele me ajudou a chegar lá. 


Mas conversas acerca de relações, amizades, passar tempo a brincar e caricias não tive. As únicas pessoas que tinha mais intimidade sempre foi com as pessoas da minha idade ( o que não ajuda com nada pois sabiam o mesmo ou menos ou pouco mais do que eu) . Também não tinha avós, primos ou tios. E todos os meus irmãos quando entrei na adolescência já tinham a vida deles ou casados e com filhos. Sim fui Tia  quando tinha 10 anos. Nem mulher era ainda. As minhas irmãs comunicavam comigo por carta depois de emigrarem mas não era a mesma coisa. 


Os jovens da igreja que eu andava até aos meus 18 onde tentava me integrar também não me faziam sentir integrada ou parte da família em geral. Sempre com alguma palavra ou atitude de chega para lá, és nova, pequena. Essa foi a maneira que eu me senti. Informação nessa altura para mim era escassa ou nenhuma. Não havia youtube, facebook ou a diversidade de alcance em redes sociais ,nem tantos grupos de jovens com acampamentos, atividades, reuniões, como há hoje em dia.  Eu gostava de ler mas na secção de criança da biblioteca ou revistas que todas as minhas amigas liam também. Nada disso guia um adolescente para sucesso.



Posso dizer que eu andava mesmo á deriva.


Depois dos 18 anos minha vida deu muitas cambalhotas, de escolhas boas a péssimas e coisas que eu fiz que mudaram a minha vida para sempre.
 É como se a bolha de inferioridade, auto estima, a necessidade de ser aceite e fazer parte, sentir amor do outro sexo , explodiu nessa altura.
Tentei fugir para Inglaterra mas era muito moça e voltei dentro de 2 meses. Fiz muitos erros, perdi a minha virgindade só para me sentir amada, entreguei-me a paixões baseadas em fantasias, e hábitos de destruição (fumar tabaco e erva, tardes e noites fora de casa, beber álcool) só para me sentir parte do grupo de amigos. 

A igreja que me acolheu me fez sentir como parte da família , todos os jovens eram humildes e amigáveis, e o pastor Jorge conseguia ver me a alma com os olhos. Parecia que ele sabia a minha dor sem eu lhe dizer nada ele apenas vinha ter comigo, falava e orava sempre com carinho , parecia que Deus estava me a falar por ele.


Nesse tempo tudo correu bem, pelo menos por uns meses, eu me agarrei á palavra, a Deus, a comunidade da igreja e até os estudos estavam com bons resultados, Deus já nessa altura me mostrou como Ele é fiel. Pessoal eu podia me ter esforçado mais mas dei e ainda dou Glória a Deus pois Ele fez milagres em mim. 

Apesar de todo o meu ser ainda não estava limpo de solidão, perdão. Muita coisa eu ainda tinha de aprender.


Conheci o Wallace com 19 anos em uma altura que eu estava super indecisa da vida. A escola tinha terminado, a média que tinha não dava para uma universidade local e trabalho que tinha arranjado não estava a correr bem. E tinha muita coisa de que eu queria fugir. Lidar com a relação de minha mãe e padrasto ,sentimentos confusos, ansiedade de atingir outro patamar na minha vida.

( o pior é que parecia que estava a fugir de mim mesma, da minha insegurança)

Com o Wallace, fizemos acordo de parar de fumar e desde ai nunca mais fumei tabaco. Sim erva ainda voltei a fumar uns anos mais tarde , mas felizmente hoje estou não sinto necessidade de fumar o que quer que seja, ou beber álcool como fazia pois Jesus me encheu de propósito e amor em tudo o que estava a precisar de ser renovado. Mas outras aventuras de aprendizagem estavam prestes a dar início.

Para continuação de mais vejam o post 3R 

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